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terça-feira, 29 de julho de 2008


Quando você olha pra cima durante a noite, e vê aquele céu todo estrelado, quais pensamentos invadem sua cabeça? Meu ser torna-se parte daquele céu, e por um momento, sinto como se fosse sair voando e juntar-me àquelas estrelas. Fiquei deveras preocupado noutro dia, quando me dei conta de que aquilo não passava de mera imaginação. Puro sonho de um menino aquariano. Prefiro não entrar em detalhes, mas gosto da sensação de que as vezes tudo vai ser como eu gostaria que fosse. Mas logo percebo que não importa o quanto eu desejar, eu nunca serei uma daquelas estrelas.

A Lua é a grande atração do show. Brilha mais que tudo, se não fosse por ela, a noite seria totalmente escura. Seu brilho se infiltra por entre as frestas da minha janela, deixando meu quarto claro, mesmo de noite. Ela é também aquela que sempre está quando eu preciso, é só abrir a janela que lá está ela pronta para me ouvir.

Não, isso não é certo. A Lua não tem brilho próprio, ela não nasceu brilhando dessa forma. Quem deveria levar os créditos era o Sol. Ele sim brilha, queima, clareia tudo e todos. O Sol possui uma grande coroa que mostra sua importância, e ele é quem manda ali. Sem ele, tudo seria apenas caos, frio e sem vida.

Entretanto, continuo querendo ser uma estrela. Deve ser triste ser como o Sol ou como a Lua. A Lua é fria, solitária, e precisa da ajuda do Sol para brilhar. O Sol por sua vez, é enorme e tem brilho próprio, sim, admito. Porém, ele é sozinho. Aposto que é triste. Depois de um tempo sendo o centro das atenções, deve virar algo chato. E as vezes, ele se esforça tanto pra querer aparecer, tem tanta necessidade em ser o durão, o manda-chuva, que acaba exagerando.

Já uma estrela, é diferente. Todos gostam, mesmo ela não querendo aparecer tanto. Ela é pequena e vive em grupo. Aposto que sabe conversar e respeita o espaço das outras. Alguém aqui já viu uma estrela em cima da outra? Pois é. Mas sabe o que é realmente triste numa estrela? Elas já se foram... a muito tempo. E só agora, as pessoas enxergam elas.

As vezes me sinto assim. Ninguém te vê agora, ninguém se importa agora. Não estou querendo ser o chato depressivo ou querendo me fazer de coitado. Mas se eu estiver mentindo, por favor, me digam. Quem nunca se sentiu assim antes?

Mas na verdade, não faz a mínima diferença. Você vai morrer, e quem se lembrará de você são seus filhos e amigos, depois seus netos talvez... e depois?

A grande verdade, é que ninguém nunca vai se lembrar de você pelas coisas boas que você fez. Você será lembrado primeiramente pelos seus erros: “ Lembra de fulano, aquele que enchia a cara todo dia?”

Então, depois de tudo isso, eu fecho os olhos mais uma vez, e desejo ser uma estrela.. não fará diferença... ninguém vai lembrar o seu nome.



"Can you see the storm getting closer now?
Tell me how it feels being out there
I want to stay with you, and I see it clear now
You are giving me no choice
Let the rain pour down."



quinta-feira, 10 de julho de 2008


Não deixando transparecer meu vortice emocional, me embriagando na tentativa de apagar todo o ocorrido, fico sentado na mesa do bar de boca aberta na esperança de ser levado. Deixo um rastro de fumo pelo caminho, em meio a madrugada fria, para que a Morte me encontre sem ter muito trabalho. Deslizo meus dedos amarelados de cigarro pela superficie da minha cabeça, pedindo um pouco mais de paciencia, e a cima de tudo, dinheiro para continuar bebendo enquanto ela não chega.

O bar fechando, e eu aqui querendo causar mais estragos ao meu figado. Sou chutado do bar, direto de boca na calçada. Olhando meu reflexo na poça de agua vejo alguem. Uma figura suja, descabelada, de barba mal feita, com os labios molhados pela saliva em excesso que o alcool causava e um olhar tão fundo quanto uma foça cheia de merda. Nessa hora desejei que os vermes da terra fossem subindo pela minha canela, cavando minha carne, me corroendo por dentro ate não sobrar mais nada. Ja que não tenho coração, o resto não faria falta.

Violentando e violando minha sanidade, os sentimentos mais frios e crueis foram invadindo meu ser. Não creio que isso cause grande espanto m alguem, ja que sou conhecido pela minha frieza. Foi isso... a frieza... foi ela quem acabou comigo e com tudo... a maldita frieza.

Levanto-me com dificuldade, vou cambaleando ate o banco no ponto de onibus vazio. Ja passava das 3 horas da madrugada, e eu aqui, esperando a Morte. A proposito, ela esta atrasada... outra vez.

Desisto de esperar, vou pra casa. Mais um dia sozinho, mais um dia perdendo minha sanidade. A Morte não veio... mais uma vez... deixa pra proxima.



" Aprendi que...não posso exigir o amor de ninguém. Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim e ter paciência para que a vida faça o resto." - ( William Shakespeare )

domingo, 13 de abril de 2008

Que? Onde?


O analista deu uma gargalhada daquelas que só aparecem em filmes e foi dizendo:
-_A essa altura do campeonato você vem me falar de sentimentos? Acho que você não entendeu... o mundo, a Terra, essa merda em que nós vivemos, aquela que chamamos de lar, está acabando. Sentimentos? Faz tempo que eu não ouço essa palavra. Moral? Ética? Eu nem me lembro mais o que é isso. Acho que você deveria prestar filosofia ou sociologia, o que achas?
O garoto, que aparentava ter mais idade do que realmente possuía, ajeitou sua camiseta, olhou para os lados e ignorando a pergunta do analista disse:
-_Posso pegar um cigarro seu?
-_Não... não vai fumar enquanto não terminar de me falar tudo... aqui estamos como amigos, você sabe! Então, o que achas?
O garoto bufou, e logo foi respondendo:
-_Não, acho chato. Prefiro fumar um desses cigarros.
-_Que por acaso estão uma delícia... huuummmm.
-_Cretino.
O analista se levantou e foi chegando mais perto de seu amigo. Chegou bem perto e sorriu:
-_Não acho que você deva ficar assim por tão pouca coisa. Olhe a sua volta, quantas coisas pra você amar e se dedicar. Vá ler um livro.
-_Já faço isso....
-_Desenhe!
-_Já faço isso também.
-_Oras... toque um pouco de música!
-_...
-_Então se mata logo!
-_Wow! Boa idéia... o que acha de me emprestar esse cigarro por alguns segundos? Ele vai me ajudar a morrer.
O analista joga o maço de cigarros no chão e pisa em cima até todos se esfolarem.
-_Agora vai ter que comprar na padaria, enquanto não chega a hora, conte-me o porque de tanto sofrimento? Não prefere sair por aí pegando as menininhas? Estou falando do bom e velho vai-e- vem meu querido.
-_Devo responder essa pergunta?
-_Claro!
-_Você me conhece... muito bem. Sabes como eu sou. Uma pessoa fria, calculista, sem um pingo de respeito pelos outros.
-_Não, você não é.
O analista foi se apoiando de modo a se mostrar sério no que iria falar:
-_Seu problema, meu amigo, é viver num lugar que não existe mais. É tentar fazer com que o mundo mude, e isso não vai acontecer. Seu grande problema é sentir. Sentir faz mal, sentir não é bom, sentir não te dá bons lugares nas faculdades, sentir não vai te levar a uma grande multinacional. Sentir não vai fazer você ter um casamento feliz, e ir ao parque todo final de semana com sua mulher e com seus 3 filhos fazer um pique-nique. E sabe por que? Porque não vai dar tempo... quando você olhar, tudo o que você sentia ou sente, vai estar saindo pelo canto dos seus dedos.
-_Quem disse que eu quero ir para uma multinacional?
-_Você não deseja ter sucesso em sua vida? -_Mas é sentindo, que eu terei sucesso... eu ainda acredito nisso.
O garoto se revolta e sai da sala batendo tudo, chutando os cigarros estraçalhados que estavam no chão. Sua revolta não era contra o mundo, muito menos com ele mesmo. Sua revolta era contra o "sentir"... esse sim, era o grande causador e solução de todos os problemas. Agora só lhe restava achar a solução.

domingo, 6 de abril de 2008


O ar não mais estufafa seus pulmões, a carne rasgada de parte de seu rosto estava suja de terra, do buraco de seu peito jorrava sangue. A vítima estava em um estado deplorável. Quando mais jovem, minha mãe dizia: Não confie tanto nos outros. E pra que fui confiar? Como diria Augusto dos Anjos, "A boca que te beija, é a boca que te escarra".
Foi o que eles fizeram, todos eles. Me seduziram, me iludiram, me presentearam, me enganaram e por fim escarraram em mim. Agora eu é quem escarro neles. Todo meu ódio estava presente naquele cartucho de balas, aquele que eu descarreguei sem dó no peito de um e na boca do outro. Parabéns, vivam felizes agora.
Sem remorso algum, após a execução, passo por cima dos dois corpos cuspindo neles. Ainda dou um chute, quebrando o dente torto daquele desgraçado, pra ver se um pingo de vida ainda restava alí. Não queria sair dalí, queria ficar observando a morte e decomposição de ambos. Vendo os vermes da terra lhes corroendo os tímpanos e as baratas selvagens lhes rasgando a carne por dentro. Olhando as minhocas vindo à superfície só para habitar alí onde antes haviam cérebros. Cérebros que viraram comida de vermes, aqueles mesmos que um dia me iludiram... porcos.
Sem fazer a mínima questão de sair dalí correndo, acendi um cigarro e dei uma grande tragada nele, sentido meus pulmões trincarem com a fumaça composta de carbono, alcatrão e nicotina. A nicotina que me matava aos poucos, mas que me deu alegria de não me matar antes de ver aqueles dois jogados aos meus pés... morimbundos... sujos de sangue e víceras.
Levanto-me com calma e começo a dar gargalhadas, gargalhadas gostosas, sentindo o gozo do ato em si, querendo fazer de novo e de novo. Minhas mãos estavam sujas de sangue, não pelos tiros, mas sim pelo que fiz depois de ter matado ambos. Fiz questão de arrancar a parte de seu antebraço onde meu nome estava tatuado. Arranquei e guardei no bolso, ainda com sangue... meu cachorro adora carne mal passada.
Mas que estranho, sinto um frio e uma dor na conciencia terrivelmente brutal. Como pude me esquecer? Ela amava rosas...
Faço questão de ir colher algumas rosas com bastante espinhos, lá de dentro da minha mente. Como pude me esquecer desse detalhe? Seria um desrespeito ao defundo, não? Enfiei-lhe o buquê de rosas pela garganta até sentir sua garganta sendo esfolada pelos espinhos.
Agora sim... uma morte dígna.