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domingo, 6 de abril de 2008


O ar não mais estufafa seus pulmões, a carne rasgada de parte de seu rosto estava suja de terra, do buraco de seu peito jorrava sangue. A vítima estava em um estado deplorável. Quando mais jovem, minha mãe dizia: Não confie tanto nos outros. E pra que fui confiar? Como diria Augusto dos Anjos, "A boca que te beija, é a boca que te escarra".
Foi o que eles fizeram, todos eles. Me seduziram, me iludiram, me presentearam, me enganaram e por fim escarraram em mim. Agora eu é quem escarro neles. Todo meu ódio estava presente naquele cartucho de balas, aquele que eu descarreguei sem dó no peito de um e na boca do outro. Parabéns, vivam felizes agora.
Sem remorso algum, após a execução, passo por cima dos dois corpos cuspindo neles. Ainda dou um chute, quebrando o dente torto daquele desgraçado, pra ver se um pingo de vida ainda restava alí. Não queria sair dalí, queria ficar observando a morte e decomposição de ambos. Vendo os vermes da terra lhes corroendo os tímpanos e as baratas selvagens lhes rasgando a carne por dentro. Olhando as minhocas vindo à superfície só para habitar alí onde antes haviam cérebros. Cérebros que viraram comida de vermes, aqueles mesmos que um dia me iludiram... porcos.
Sem fazer a mínima questão de sair dalí correndo, acendi um cigarro e dei uma grande tragada nele, sentido meus pulmões trincarem com a fumaça composta de carbono, alcatrão e nicotina. A nicotina que me matava aos poucos, mas que me deu alegria de não me matar antes de ver aqueles dois jogados aos meus pés... morimbundos... sujos de sangue e víceras.
Levanto-me com calma e começo a dar gargalhadas, gargalhadas gostosas, sentindo o gozo do ato em si, querendo fazer de novo e de novo. Minhas mãos estavam sujas de sangue, não pelos tiros, mas sim pelo que fiz depois de ter matado ambos. Fiz questão de arrancar a parte de seu antebraço onde meu nome estava tatuado. Arranquei e guardei no bolso, ainda com sangue... meu cachorro adora carne mal passada.
Mas que estranho, sinto um frio e uma dor na conciencia terrivelmente brutal. Como pude me esquecer? Ela amava rosas...
Faço questão de ir colher algumas rosas com bastante espinhos, lá de dentro da minha mente. Como pude me esquecer desse detalhe? Seria um desrespeito ao defundo, não? Enfiei-lhe o buquê de rosas pela garganta até sentir sua garganta sendo esfolada pelos espinhos.
Agora sim... uma morte dígna.

6 comentários:

Bruno Bello disse...

Velho, muito foda =)
Eu fiz um assim com raiva hoje, mas era de coisa bem menor.... E alias, gostei mesmo do seu texto. Foda do foda =D

Anônimo disse...

MANO! Oi, nunca brigarei com você, ha! Mesmo assim, bem escrito :D

Anônimo disse...

Criança como pode....perfeito, cada vez mais perfeito, é muito real, é lindo, é maravilhoso...sem mais comentários......amei..continue .....e lembre sempre...mãe sempre tem razão ...hahahahahahahahahaha...beijos.............

Anônimo disse...

Fiquei vidrado na intensidade da morte.

Bom, doce e velho sarcasmo em cima do macabro, ótimo final :D

Parabéns velho!

Anônimo disse...

Mandou muito velho =D
Relaxa, uma hora ou outra essas pessoas vão cortar os próprios olhos com o mesmo vidro que usaram pra cortar os seus (ou pelo menos tentar).

Isso ae! =D

Abraços boi =D

Anônimo disse...

Muito bom!

Extremamente bem escrito, descrição perfeita, me faz sentir dentro da cena. Adorei!