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sexta-feira, 23 de julho de 2010

Aquilo lá... sabe?




"O Sagrado e o Profano, tocam no mesmo piano, e solando, levam as minhas certezas."


É a velha história do indizível, como explicar algo que simplesmente não se pode tocar? Podemos sentir, tentar dar nomes e até explicar, mas jamais conseguiremos entender aquilo. O indizível (créditos do nome ao Luíz Fernando, pessoa cuja qual juntos tentamos pelo menos contornar essa "coisa" em nossas noites de café sem fim), como categorizar isso? Não dá, não tem como. Aquele toque refinado do vinho, aquela coisa que se sente que nos faz gaguejar ao tentar explicar para outra pessoa o que estou sentindo, aquele quadro retratando uma forma desconfigurada mas que nos causa suspiros e arrepios mesmo sem sabermos o que significa ou até mesmo aquela música mal tocada e mal cantada, porém, com o mesmo conteúdo de um livro antigo de filosofia.


"E se a vida pede a morte, talvez seja muita sorte eu ainda estar aqui."


Está mais do que provado que o sentido da vida é a morte, pois tudo o que fazemos e criamos é em busca dessa coisa que não tem nome que talvez explique o fato de morrermos, talvez. E digo mais, o fato de a única certeza ser a morte, nos leva ao desespero mascarado por nossas ações inconsequentes e impenssadas que fatalmente nos joga num mar de incertezas, e é por causa desse mar de incertezas que tentamos provar tudo, dar nomes a todas as coisas e apontar o certo e o errado, o sagrado e o profano.


"E a cada beijo do desejo eu me entorpeço e me esqueço... de tudo que eu ainda não entendi."


Repare que, a cada parágrafo que eu escrevo, é necessário colocar apenas UMA frase do poeta. E repare também, que a frase se auto-explica, diferente de meus parágrafos. Isso acontece exatamente por causa de minha mediocridade mental, eu só conseguiria chegar perto do que essa frase a cima quer dizer se eu escrevesse um livro inteiro, e mesmo assim, eu conseguiria chegar PERTO.

Então, sou obrigado a concluir que somos todos animais, símios da pior espécie, mal conseguimos conhecer 100% de onde habitamos e já queremos atingir outros planetas. Para todos os lugares que eu olho, consigo enchergar a inferioridade humana... mas comparada a que? Foi dessa forma que Descartes "provou" a existência de Deus: os humanos são imperfeitos, mas para existir o imperfeito precisamos ter noção de perfeição. Se temos noção de perfeição, é porque ela existe, e seria o contrário do imperfeito. Então o perfeito só pode ser Deus.

Que absurdo, até Deus entrou na onda da provação...


"Século xx "cambalache", problemático e febril. O que não chora não mama. Quem não rouba é um imbecil. Já não dá mais, força que dá. Que lá no inferno nos vamos encontrar. Não penses mais, senta-te ao lado. Que a ninguém mais importa se nasceste honrado."


Mas existe algumas formas de fugir de tudo isso: Escrever, dançar, ler, dar, cantar... CANTAR! Todas as vezes que eu me olho no espelho eu fico pensando se consigo me encarar, se eu conseguiria conviver comigo sei lá... e aí vem aquele sentimento que não consigo nomear.

Esperta é a minha rata, que fica alí dentro da gaiola, rodando, comendo, dormindo, observando tudo o que acontece aqui fora e quando quér sair pra passear se pendura lá em cima e se joga. Fazendo uma comparação bastante válida, nós somos aqueles que ficamos em nossas gaiolas, tentamos comer, tentamos dormir, tentamos rodar... mas não gostamos de observar, logo, se não observamos, não sabemos como a brincadeira lá fora funciona. Não duvido que existam pessoas que observem, mas que fiquem caladas... mas do que adianta observar se nem ao menos tentam descobrir aquilo lá... sabe... aquela coisa... meio... sabe?





"Eu já falei sobre disco voador
E da metamorfose que eu sou
Eu já falei só por falar
Agora eu vou cantar por cantar

Já fui garimpeiro
Encontrei ouro de tolo
EU JÁ COMI METADE DO BOLO
Eu já avisei, só por avisar
Agora eu vou cantar por cantar

Cantar tudo o que vier na cabeça
Eu vou cantar até que o dia amanheça
Eu vou cantar..."

-Raul Seixas (Cantar)



OBS: Os trechos que usei são de autoria de Marcelo Nova e de Raul Seixas.


quinta-feira, 10 de junho de 2010

Produzir, Consumir e Obedecer






Créditos do título: Kaléu


Quando olho para a igreja eu paro e penso: "Que merda". Tudo bem, eu concordo que a arquitetura gótica daquelas igrejácias – seria esse o aumentativo de igreja? - é aquela coisa linda, bem trabalhada, espaçosa, cultural, banal, anal, au...
Você em primeiro lugar precisa entender. Não, você precisa QUERER entender. Mas como querer entender uma coisa que eu não vejo? Vocês não sabem do que eu estou falando? Ah vá, sério? Nem desconfiam? Já sei, não tem como desconfiar de uma coisa que não existe, né?
Deus, não estou falando dele, em nenhum momento eu disse: Deus não existe. Têm coisas que existem menos que Deus, como por exemplo: Ex-corno, Ex-alcoólatra, Ex-viado... perceba como gosto do jogo de palavras.

O que estou querendo dizer é, não quero olhar para aquela igreja e me sentir culpado. Se fosse para definir igreja, eu definiria assim: “Veleiro, Floricultura e Recreação para a Terceira Idade: aqui nós prezamos a imbecilidade.”. Culpado, porque eu me sinto tão mal ao ver aquele Centro de Recreação para Idosos sendo taxado como a casa do NossoSenhorJesusCristoMariaJoséAmém, ao invés de ser utilizado como uma biblioteca por exemplo. Não to pedindo pra derrubar a igreja não, só to pedindo para mudar o tipo de recreação: Biblioteca, Centro de Estudos, Museu ou até uma Escola.
Sabe o que mais me fascina na igreja? É o poder e o controle dela. Aprenda a como fazer lavagem cerebral em uma pessoa, vá à missa no Domingo de manhã. Eu me sinto ofendido quando vejo uma missa, não é possível, será que eu sou tão burro assim? Será que EU sou burro? Senhoras e senhores, imagine vocês que eu, já fiz tanta merda nessa vida, que se o inferno existir eu já vou começar a chorar agora pra ver se o Capeta tem pena de minha pessoa.

Mudando um pouco o foco, mas continuando a falar de coisas que não existem, toda essa conversa me remeteu à uma coisa chamada “papel”. Mas têm gente que continua chamando “papel” de “dinheiro”. O que é dinheiro se não uma abstração do valor? E o que é o valor? O primeiro indício de valor na história foi com o escambo, e lá se faziam trocas de mercadorias de acordo com sua necessidade, porém, de igual “valor” com o parceiro. Tenho uma criação de galinhas, mas to com vontade de tomar leite, ou lá e troco algumas galinhas minhas por uma vaca do colega.

Mas percebe como tudo está distorcido hoje em dia. É tudo mentira, até essa porra que eu to escrevendo é mentira, se meu computador pifar eu vou perder tudo que eu escrevi, e por que? Porque gostamos da mentira, gostamos de nos enganar e nos deixar levar pelo Rebolation. Hoje em dia, continuamos com o esquema de escambo, mas os valores estão um pouco distorcidos.
Eu tenho uma criação de nada e uma plantação de merda nenhuma, mas quero ouvir música para me “divertir”. Para ouvir a música eu preciso de um aparelho de som antes, certo? Então eu preciso colocar o escambo em prática (hoje chamamos esse ato de COMPRAR). Vou na loja e peço ao indivíduo encarregado de cuidar das mercadorias: “E aí cara, eu quero um aparelho de som.”. Aí então vem a parte estranha. Em troca, eu não dou uma galinha, nem tampouco uma vaca, menos ainda um quilo de trigo, eu dou uma folha de papel rabiscada com as palavras “Quinhentos e Setenta e Cinco Reais e Noventa e Oito Centavos”, mas na verdade ali deveria estar escrito “Quinze Dias de Trabalho sem Contar o Extra sem Contar que Minhas Últimas Férias Foram à Duzentos e Trinta e Cinco Dias Atrás”.

Vivemos em um ciclo vicioso, onde a base e a diversão social é a Televisão e a Religião, e ambas pregam nossa escravidão na roda do Capitalismo. Durante a semana Acordamos, Trabalhamos e antes de dormir Assistimos TV. No fim de semana Rezamos. Eu percebo um desespero no ser humano, eu sinto cheiro de complexo de inferioridade. Precisamos mandar, mas na verdade obedecemos. Precisamos provar que sempre estamos certos, mas na verdade descobrimos que sempre estamos errados. Precisamos inflar o ego dizendo que criamos a cura para aquela doença, mas na verdade apenas descobrimos o que a mãe natureza já estava disponibilizando para todos. Gastamos tanto tempo da vida rezando e assistindo novela, que esquecemos que ali do lado, tem um ser vivo que usa você de exemplo e corre atrás do dinheiro enquanto é obrigado a morar de baixo da ponte. Mas nunca se esqueça, que aquele ser humano, mesmo usando você – imbecil- de exemplo, ele SEMPRE terá a verdade mais perto de si.

Aconselho a todos vocês lerem um livro, ouvirem uma música, desligar a TV, bater punheta e admitir que você é um ser humano, e que você PRECISA se divertir e precisa de muitas outras coisas que você tenta esconder. Eu quero que você vá até a sua janela e grite o mais alto que possa para todos ouvirem: “EU GOSTO DE QUEIMAR A ROSCA, E QUERO VIRAR PADRE PORQUE TENHO MEDO DE ADMITIR ISSOOOO!!!”

Após isso, a primeira corda que segura seu corpo de marionete estará rompida. Agora é só cortar as outras. Ou continue: Produzindo... Consumindo... Obedecendo....

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Olá pessoal. Esse blog foi feito a dois anos atrás com a intenção de arquivar alguns de meus textos e sempre deixei aberta a opinião de amigos meus. Mas larguei ele durante um ano, no qual escrevi um livro de crônicas. Como alguns de vocês podem perceber, muito material foi excluído, deixei apenas quatro postagens, para começar do "quase" zero. Dessa vez, venho com uma proposta diferente, quero postar tanto textos soltos, como também algumas crônicas do próprio livro, já que não pretendo publica-lo.







A Sociedade Dislexica

Perceba como o homem encara a loucura. O que é ser louco hoje em dia? A idéia de ser louco, nos remete a forma com que o ser humano encara o “diferente”, pode ser aquele cara de cabelo comprido, aquela menina careca, o hippie moderno. E até mesmo pessoas com aparência “normal”, porém, com idéias e costumes extravagantes. E por que extravagante? Porque é dessa forma que nós queremos que seja, é dessa forma que achamos a vida mais fácil. Não podemos pensar, sentir ou agir da forma que queremos. As vezes, até chegamos a imaginar que estamos fazendo o que queremos, estudando o que gostamos, ouvindo as músicas que nos der na telha, mas na realidade estamos sendo puxados por cordinhas, sendo levados para cá e para lá. Viva a ignorância, quanto mais burro melhor.
O ciclo do homem engajado socialmente hoje em dia é trabalhar, comer e dormir, e o que fazemos nas horas vagas? Assistimos novelas, que nos dizem que os jovens só devem pensar em badalar, usar drogas e beijar o máximo de pessoas do sexo oposto que conseguirem. E o que nós fazemos em relação a isso? Nada, fazemos exatamente o que as novelas mandam fazermos. Da mesma forma com que as mídias de todos os tipos ditam uma forma de culpar alguém, afinal, elas falam aquilo o que o povo quér realmente ouvir. Tal cara matou a namorada, os pais tacaram a menina pela janela, a filha matou os pais por causa do namorado... mas será que foi assim mesmo? Será a menina que foi morta pelo namorado era uma santa? Entendam, todos nós temos a capacidade de fazer qualquer coisa, QUALQUER coisa. O que nos diferencia são os estados em que nos encontramos, nossa forma de viver e de pensar. Mas será que aquela senhora sentada na frente da TV assistindo a Rede Bobo, nunca seria capaz de matar...?
Vivemos em uma sociedade em que é feio fazer sexo com uma pessoa do sexo oposto, mas é lindo ser homosexual, afinal nós precisamos TANTO provar para os outros que não somos preconceituosos. E também, essa é a mesma sociedade em que é lindo sair na rua vestindo uma camiseta estampada com a expressão “100% Negro”, mas cometemos um crime inafiançável se vestirmos uma camiseta estampada “100% Branco”. A mulher tem direitos, a mulher pode trabalhar, a mulher pode votar, a mulher pode fazer a mesma coisa que os homens, mas porque é TÃO feio a namorada pedir o namorado em casamento? Porque é TÃO feio a mulher pagar o jantar? A verdade é nua e crua, a verdade é que somos imbecis, e cada vez mais nos deixamos levar pela imbecilidade.
Democracia o cacete, vivemos numa ditadura digital massificada e muito bem bolada. Enquanto o nosso petróleo vai sendo vendido a preço de banana, a virgindade da menina vai sendo guardada para o pai no Nordeste, deveríamos nos livrar de todo o conteúdo útil, já que assim desejam. Queimaremos todos os livros, afinal, não fará muita diferença... antes fosse dislexia.