terça-feira, 22 de janeiro de 2013
Execução...
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quarta-feira, 11 de julho de 2012
Atenção...
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domingo, 8 de abril de 2012
Quem sou eu? O que estou fazendo aqui? Por que? Eu não quero nada disso. Há muito tempo eu sentia que algo estava faltando. Depois disso, me acostumei com a ideia de fingir que algo estava faltando. E hoje eu sei (e admito) que não há nada que não falte. Eu não sei de onde eu vim, não sei quem sou eu, não sei minha função aqui, não sei de nada...
Eu nem ao menos sei o motivo das minhas lágrimas, não sei se estou triste, raivoso, não sei. Eu quero gritar, mas não posso, quero dividir minha dor, mas não consigo... e aí? Até quando? Qual meu limite? O que sou eu? No momento eu vejo apenas uma saída... mas ainda quero acreditar que ela não é a única.
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quarta-feira, 5 de outubro de 2011
O nada
Postagem dedicada ao meu amigo Fernando Duran.
Falar sobre o sentido da vida, e o rumo que ela toma e todos os porquês, realmente é complicado. Sobretudo quando você se dá conta de que está jogado no mundo completamente nu, desprovido de recursos e sem um caminho certo a seguir. O que fazer quando você se depara com a angústia?
Já cansei de escrever inúmeros textos falando sobre aquela coisa na qual não conseguimos nomear e da sensação que ela nos causa. Na verdade, ela é a própria sensação, que vem sempre quando estudamos um quadro que nos faz ficar de olhos arregalados, ou uma música que mexe com o nosso lado sentimental e que muitas vezes choramos ou sorrimos sem saber os motivos, ou aquela paisagem que faz nosso coração bater mais rápido, e o mais intrigante de todos os sintomas: quando, por algum motivo já citado dentre tantos outros, um aperto esmagador surge dentro de nós, e não sabemos ao certo onde ele se localiza, ou mesmo se vem de fora ou parte de nós mesmos.
Até agora, só consigo pensar em uma possibilidade da causa desse indizível que nos cerca: a Angústia. Perceba que a angústia é como um buraco, um vazio, uma lacuna dentro de nós, na qual passamos a vida procurando uma forma de completar essa falha, seja moral ou imoral, não importa. Procuramos tapar esse buraco com vícios, manias, gozo, todos os tipos de mecanismos de defesa que possamos criar, e até mesmo exteriorizando nossa parcela de culpa em tudo isso.
Temos também a possibilidade – não escolha – de procurarmos formas mais virtuosas de tapar as lacunas, como por exemplo: apreciar ou até mesmo compor uma música, nos dedicarmos à leituras agradáveis, conhecer novos lugares, prestar serviços, escrever etc. Mas porque temos a possibilidade e não a escolha de fazermos todas essas coisas? Simplesmente pela nossa condição de seres jogados no mundo, com uma falsa sensação de liberdade e escolha, sem ao menos nos darmos conta de que todos os caminhos que temos a seguir nos são dados, e não conquistados.
É triste encarar a vida dessa forma? Talvez. Porém, perceba como é importante para o ser humano admitir sua condição de prisioneiro, pois, assim podemos exercer nossa “pseudo- liberdade” dentro de todo esse sistema, uma vez que tenhamos realmente entendido como ele funciona. Certa vez, um desses loucos que cospem fogo no ar disse que o Homem só começa a viver quando se dá conta da morte. Interessante, já que uma vez tomada a consciência da morte, metade do buraco foi tapado. Mas e o resto?
...
Nossa busca por um chão acaba muitas vezes em ódio, e ainda assim precisamos de uma carga sentimentalista para continuar de pé, tentando de toda maneira conceituar o tal do amor, da esperança, da humildade, da amizade, do respeito, da compaixão (...), talvez numa tentativa desesperada de mascara – tapar – o buraco que faz parte da gente. Isso acaba causando uma não-aceitação de nós mesmos, levando a uma auto-inadequação, seja ela física, mental ou espiritual. Se a aceitação e o conhecimento de si próprio for mesmo sinônimo de virtude, os porcos se tornam mais virtuosos do que nós, já que são porcos e agem como porcos.
Isso me lembra de outro profeta, que certa vez no meio de seus escritos proferiu: “O grande problema do Homem é pensar...”.
Não importa o quanto eu escrever aqui, meu buraco nunca será tapado, e terei de continuar a minha busca por novas manhas de disfarçar o que está – ou o contrário – dentro de mim. Porém, enquanto eu possuir a sensibilidade para poder perceber o toque do inominável em mim, continuarei de pé, me apoiando sempre na eterna pergunta: “Quem somos nós?”
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domingo, 18 de setembro de 2011
Loucura Amiga - parte 2
OBS: Houve um problema com as cores do blog, então a parte referente à Juliana estará em itálico.
Fui caminhando noite adentro inspirado pelas forças externas e malignas que assoviavam lamentos aos pés dos meus ouvidos. Após alguns minutos caminhando sem rumo perdido nas minhas emoções e nos lamentos externos, cansei de andar e resolvi descansar minha loucura sentando-me numa esquina cheia de lixo e úmida pela garoa fria que caía sem dó.
Fiquei olhando aquele cenário bucólico e esfumaçado, como numa gravura criada por uma mente doentia a ponto de perfurar os próprios olhos, já cansado de ver a maldade e a hipocrisia do mundo sensível em que nascemos para pagar todas nossas falhas. Agora começa a fazer sentido.
Definitivamente, nada faz sentido na realidade. Quase tomando um conceito criado a partir de minhas faculdades zonzas como verdade, percebo que aquela luz anterior estava me iluminando novamente, mas dessa vez era diferente, eu já não tinha mais vontade de tocá-la e nem possuí-la. Eu apenas fiquei observando a dança que ela fazia, como uma cigana, tentando me seduzir.
Consegui enxergar, após muita contemplação, através dela, e consegui ver o que ela guardava. Mas apenas via o conteúdo bruto, nada muito claro. O que eu via na verdade era uma retrospectiva daquilo que já habitava minha mente, que julgava eu ser tão doentia, mas que essa luz que julguei vulgar veio na realidade me alertar de que não sou o único a sofrer com tudo isso.
Estava ali todo o meu sentimental. Como pode? Agora sim eu percebo que aquelas forças na verdade eram internas e que eu, com minha fraqueza, tentava me livrar de toda essa culpa colocando-as num plano diferente do meu. Culpa de sentir tudo aquilo concebido pelo proibido. Não, na verdade não. A quem estou querendo enganar? Quem disse que é proibido? Não tenho culpa, não tenho controle sobre certas emoções, mas quem há de me livrar desta cruz que me espera? Ninguém, absolutamente ninguém vai me livrar desta crucificação injusta, e acho que em função disso estou me preparando desde já com estas chagas.
A luz começou a sumir, e eu entrei em desespero, pois ela clareava a rua de meu coração. Mas infelizmente ela foi desaparecendo como que dissesse: “Resolvas por você mesmo.” Mas será que eu conseguirei me livrar destas chagas, e mais que isso, me livrar deste meu mecanismo de fazer tudo virar pó dentro de mim? Conseguirei eu navegar pelos mares do Sol…? A luz sumiu sutilmente como estas minhas palavras.
As sombras na rua tossiam como sinal de reprovação ao meu estado que se confundia com um porre de dois dias, mas sem me importar eu apenas continuava com minhas observações. Na verdade, sentia pena daquelas pessoas deprimentes que apenas esperavam o ano novo pra fingir que escapariam daquilo. Esperavam. Ano após ano. Como não se questionar? Como viver nessa fantasia achando que o mundo é rosas e tudo é perfeito? Meu corpo é um furacão e essa erupção talvez me mate, mas como vou continuar sem ela? Como vou olhar pra trás e ter orgulho do que vivi?
Resolvi levantar e caminhar um pouco; ar fresco em movimento até chegar a um bar de aparência razoável que entoava uma música country antiga ao fundo. Sentei perto da janela e acenei para o garçom apontando para o que o cara da mesa ao lado bebia. Foi o suficiente para que aquele velho de longos cabelos brancos e chapéu perturbasse meus pensamentos; percebi que criei misteriosamente uma empatia por aquele senhor. Imaginei-me com sua idade, sentado num bar qualquer, numa rua qualquer e na mesa de um cara qualquer pra fingir ser companhia, pra ser mais aceitável não estar bebendo sozinho num sábado à noite.
Estão todos bêbados e olhando pras coxas das garotas que não percebem esse outro tipo de beleza que não se vê por aí. Um velho e sua bebida. Tão íntimos e tão únicos. Achei divertido eu ser o único a prestar atenção no velho e isso fez com que a situação ficasse ainda mais interessante. Senti uma sensação de sala de cinema vazia, sem dividir o prazer com mais ninguém.
Ele acompanhou a música que tocava e cantou baixo e de forma arrastada devido, provavelmente, à quantidade um pouco elevada de álcool no seu corpo: “He never done no wrong a thousand miles from home and he never harmed no one... He was a friend of mine” Então soltou uma gargalhada mirando os olhos pro próprio sapato e deu um grande e longo gole da sua bebida marrom. Não sabia nada daquele cara, mas sabia o que aquele gole significava. Aquele gole de um cara que acaba de se desfazer de um grande medo. Aquele gole de quem vai seguir em frente, de qualquer forma.
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